- Hoje vamos extrair o hipocampo de cérebros dos ratinhos que nasceram ontem. Vêm comigo buscá-los à reserva de animais?
No segundo seguinte já iam a caminho das caves os dois estagiários, S e a Alfacinha, acompanhados da investigadora australiana, K.
Chegados à entrada, K abre uma porta…
- Podem-se sentar aí, para calçar as meias esterilizadas.
S e a Alfacinha sentam-se, de cada lado de um saco de papel que estava pousado no banco.
- Podes-me passar o saco, S.
- Que estranho, está quente… O que há aqui dentro?
- Ah, são ratinhos mortos.
Olharam para o banco, depois um para o outro e desataram a rir os dois novatos. Quando virmos alguém com sacos destes já sabemos o que transportam!
No segundo seguinte já iam a caminho das caves os dois estagiários, S e a Alfacinha, acompanhados da investigadora australiana, K.
Chegados à entrada, K abre uma porta…
- Podem-se sentar aí, para calçar as meias esterilizadas.
S e a Alfacinha sentam-se, de cada lado de um saco de papel que estava pousado no banco.
- Podes-me passar o saco, S.
- Que estranho, está quente… O que há aqui dentro?
- Ah, são ratinhos mortos.
Olharam para o banco, depois um para o outro e desataram a rir os dois novatos. Quando virmos alguém com sacos destes já sabemos o que transportam!
As preparações para a entrada na reserva de animais continuaram: vestiram um fato-macaco descartável, extremamente sexy, lavaram as mãos meticulosamente, calçaram luvas, voltaram a lavar as mãos… E quando prontos, entraram.
Um corredor, um cheiro pestilento, várias salas com estantes a toda a volta, repletas de caixas transparentes onde ratinhos a saltitar. E numa delas, oito ratinhos recém-nascidos. Olá bichinhos! À primeira vista, pareciam ratinhos normais. Mas pondo um capacete especial, a coluna vertebral de alguns aparecia… verde! Ficou fascinada a Alfacinha, boquiaberta. Quem terá mais ar de extra-terrestre: eu com esta fatiota toda e este capacete na cabeça ou estes ratinhos florescentes?
K pegou em cinco deles e levou-os para o laboratório, onde outra investigadora, japonesa, L, se preparava para a operação. Bata, luvas, instrumentos: tudo a postos.
S: «Não percebi como vai matar os ratinhos...»
E L, pronta para a operação, de tesoura na mão, olha para S com cara de precisas-mesmo-que-te-explique-oh-maçarico-?. Não tiveram tempo de pestanejar que zás, já L tinha dado à tesoura e a cabeça do ratinho fora decapitada. Isto é que é despacho! Recolheu então as cinco cabeças, que continuaram a mexer na caixa de Petri.
L, imperturbável, prosseguiu com o massacre debaixo do microscópio, sempre a explicar o que fazia.
S contorcia-se com caretas.
E a Alfacinha despedaçava-se num ataque de riso incontrolável.
Ratinhos recém-nascidos florescentes, daqui.
4 comentários:
Bem! Há tanto tempo que não eras Alfacinha!!! E há tanto tempo que não falo contigo!!! Tudo me parece novo, arrepiante e, ao mesmo tempo, hilariante.
Assim se vai entrando no mundo meticuloso e impiedoso da biologia...
Espero só que não brindes os leitores com mais imagens ilustrativas....
Um beijinho da Mãe
Mana
Não arranjas uma foto só com as cabecinhas dos ratinhos?
Gostei de te voltar a ler ... beijinhos
Rui André
Bom, isto promete... Melhor: prometer já prometia há muito tempo, agora começa a ter formas mais definidas.
E amanhã lá vou ao IF-P ver se ouço o tal prof. de filosofia.
Diverte-te. E começa a afinar o nome para colocar ao mesmo tempo numa placa de um gabinete e na autoria de uns artiguitos...
Bemvinda, minha nerd preferida! No Pasteur matavam os ratinhos por esticao: dois dedos na cabeca, dois dedos na cauda e zás. Na ens sao mais medievais... Posto isto, concordo com a mab e discordo do rui andré. nao queremos um blog gore.
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