A Alfacinha acorda, remelas nos olhos, ouvidos doridos derivado à primeira campainha despertativa de 2009. Com o mau humor que caracteriza qualquer dia de rentrée, vai abrir as portadas da sua janela. E qual não é o seu espanto, lá fora, tudo branquinho. Volta depressinha para os seus lençóis, aconchega-se no quentinho, e aproveita os últimos minutos de preguicinha, com um sorriso lamechas e um olhar aparvalhado, para contemplar Paris debaixo de neve.
Depois de enfiar várias camadas de roupa, três pares de meias, dois cachecóis, dois pares de luvas, quatro camisolas…, técnica da cebola, a bem dizer!, a Alfacinha faz-se à rua. De gestos bloqueados por tanto entulho, avança a passos cuidadosos pelo gelo. Isto ainda vai acabar mal… De travões às quatro rodas, lá vai a Alfacinha, com a impressão de que de um segundo para o outro pode dar um espectáculo de patinagem artística… A neve mantém-se nos passeios, dá vontade de ir para lá patinhar tudo!, e nos carros, dá azo a palpites sobre a actividade dos ditos, aquele ali ainda não saiu do lugar e quando quiser, vai ter muito que raspar do vidro! Vão-se acumulando cadáveres de pinheiros natalícios que se tornam mais natalícios do que nunca, assim pintalgados de branco.
À medida que anda, com alguns sustos pelo caminho mas sem desastres a assinalar, a Alfacinha vai perdendo a sensibilidade nos dedos. Vá lá, não me abandonem! Os pés andam como barbatanas, o nariz começa a pingar incontrolavelmente, como me vou assoar se não consigo agarrar no lenço…, os olhos secam com o frio cortante, a cara imobiliza-se, o vento atravessa as calças… Respira, continua, não pares, saltita, faz qualquer coisa, pensa em como a homeotermia é bem feita…
E quando se encontra com os seus colegas, experimentam-se as técnicas mais variadas para aguentar os -5 graus: a dos pinguins, todos em círculo virados para dentro, a dos pinguins pinchantes, todos virados para dentro abaixando-se alternadamente e rindo desenfreadamente, ou uma técnica mais radical, atirar bolas de neve uns aos outros e sobretudo… fugir!
É qu’hoje fiz um boneco de neve
E coisa mais preciosa no mundo não há!
Depois de enfiar várias camadas de roupa, três pares de meias, dois cachecóis, dois pares de luvas, quatro camisolas…, técnica da cebola, a bem dizer!, a Alfacinha faz-se à rua. De gestos bloqueados por tanto entulho, avança a passos cuidadosos pelo gelo. Isto ainda vai acabar mal… De travões às quatro rodas, lá vai a Alfacinha, com a impressão de que de um segundo para o outro pode dar um espectáculo de patinagem artística… A neve mantém-se nos passeios, dá vontade de ir para lá patinhar tudo!, e nos carros, dá azo a palpites sobre a actividade dos ditos, aquele ali ainda não saiu do lugar e quando quiser, vai ter muito que raspar do vidro! Vão-se acumulando cadáveres de pinheiros natalícios que se tornam mais natalícios do que nunca, assim pintalgados de branco.
À medida que anda, com alguns sustos pelo caminho mas sem desastres a assinalar, a Alfacinha vai perdendo a sensibilidade nos dedos. Vá lá, não me abandonem! Os pés andam como barbatanas, o nariz começa a pingar incontrolavelmente, como me vou assoar se não consigo agarrar no lenço…, os olhos secam com o frio cortante, a cara imobiliza-se, o vento atravessa as calças… Respira, continua, não pares, saltita, faz qualquer coisa, pensa em como a homeotermia é bem feita…
E quando se encontra com os seus colegas, experimentam-se as técnicas mais variadas para aguentar os -5 graus: a dos pinguins, todos em círculo virados para dentro, a dos pinguins pinchantes, todos virados para dentro abaixando-se alternadamente e rindo desenfreadamente, ou uma técnica mais radical, atirar bolas de neve uns aos outros e sobretudo… fugir!
É qu’hoje fiz um boneco de neve
E coisa mais preciosa no mundo não há!
3 comentários:
Tirita-se muito, mas vale a pena, não vale?
Paula Marques, a Bruxelense
Para este post só tenho um sorriso :)
Beijinho (já) com saudade
PINGUINS! PINGUINS! PINGUINS! PIN-GU-INS! SÃO O MELHOR DO MUNDO
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